“Cães telepatas, gatos capazes de prever a morte das pessoas, elefantes que sabem quando um terremoto irá acontecer. Os animais percebem muito mais do que nossos sentidos conseguem captar. A ciência reconhece isso, mas ainda não consegue explicar
Oscar, um lindo gato de pelo malhado, possui o dom de prever a morte de alguém. Oscar mora no Steere House Nursing and Rehabilitation Center, no Estado de Rhode Island (EUA), uma instituição que toma conta de pacientes idosos que sofrem de demência senil. Ele foi adotado pela equipe médica em 2005, junto com outros animais abandonados, para distrair e fazer companhia aos pacientes e a seus familiares, nas horas de visita. Oscar, no entanto, para consternação geral, passava a maior parte do tempo escondido ou arredio, não parecendo muito interessado em socializar com os pacientes e visitantes. Mostrava-se, na verdade, bastante distante. Um ano se passou, até que Oscar deu mostras de querer se dedicar a tarefas bem mais especializadas: confortar pacientes moribundos durante as suas últimas horas de agonia.
A equipe, composta de médicos e enfermeiros, percebeu que Oscar começara a fazer rondas de quarto em quarto. Na porta de cada um deles, repetia o mesmo ritual: empurrava a porta com a cabeça, observava o paciente e cheirava o ar. Raramente ele passa muito tempo com alguém – exceto com aqueles que estão vivendo suas últimas horas.
Companheiro das últimas horas
No início, parecia que a presença de Oscar sobre a cama de um paciente moribundo devia-se a um mero acaso. Mas, com o tempo, o seu número de acertos ficou tão grande que, quando ele sobe na cama e se deita ao longo do paciente, os enfermeiros já ligam para a família avisando que o doente está nas últimas. Se impedido de entrar no quarto de um paciente nessas condições, Oscar se mostra teimoso e, com a pata, procura empurrar a porta e forçar a própria entrada. Vinte e cinco vezes seguidas, Oscar previu com exatidão qual paciente seria o próximo a morrer. Em todas as vezes, ele penetrou no quarto e, silenciosamente, permaneceu lá dentro até o desenlace.
O médico David Dosa, clínico da Steere House, no início duvidou do talento peculiar de Oscar. Depois, mudou totalmente de opinião. Em artigo escrito em 2007 para o New England Journal of Medicine, ele conta: "A Senhora K. permanece tranquilamente em seu leito, com respiração calma porem muito fraca... Oscar entra no quartos e cheira o ar. Rodeia a cama duas vezes, até saltar sobre ela e colocar-se ao lado da senhora K. Uma enfermeira entra no quarto para ver como estava a paciente. Nota a presença de Oscar. Preocupada, ela telefona para a família da paciente. Meia hora depois, os familiares da senhora K. chegam à clínica. Oscar permanece tranquilo sobre o seu leito. Um garoto, neto da paciente, pergunta a sua mãe: 'O que o gato está fazendo ali?' A mãe, segurando as lágrimas, responde: 'Ele está ajudando a vovó chegar ao céu". Meia hora depois, a senhora K. dá seu último suspiro. Logo em seguida, Oscar se levanta, olha ao redor, e deixa o quarto tão silenciosamente que a família nem percebe.
O que poderia explicar o fenômeno
A precisão de Oscar, que até agora conta com muitas dezenas de casos comprovados, levou o pessoal que trabalha na clínica a instituir um novo e incomum protocolo: toda vez que ele dorme com um paciente, os parentes deste são notificados de sua morte iminente. Na maioria das vezes, a família do paciente não presta atenção no fato de que Oscar está presente na hora da morte; em algumas ocasiões, entretanto, quando é afastado do quarto a pedido dos parentes, o gato fica andando de um lado para o outro em frente à porta, miando em protesto. Quando permanece, Oscar fica com o doente até que este venha a exalar seu último suspiro – momento em que o gato se levanta, dá uma olhada e parte silenciosamente.
Várias foram as hipóteses formuladas para explicar os poderes de Oscar. Os gatos conseguem cheirar as substâncias químicas que são eliminadas pelas pessoas, pouco antes de morrer? Os gatos simplesmente são ótimos observadores, melhores do que os próprios médicos? Os gatos possuem algum sentido ou sensibilidade especial, que não conseguimos explicar mas que realmente funciona? Serão donos de algum poder paranormal? Nenhuma resposta definitiva foi encontrada até agora, e na clínica Steere House Oscar continua tranquilamente a desempenhar o seu papel.
Oscar, no entanto, está longe de ser o primeiro e único animal a manifestar capacidades extraordinárias e inexplicáveis. Todos os animais, algumas espécies mais particularmente, possuem capacidades de percepção que superam em muito aquelas humanas. A tal ponto que seus feitos, observados um sem-número de vezes, em todos os tempos e lugares, fazem com que se confundam e se percam os limites entre a ciência e a magia. Nas últimas décadas, um cientista famoso pesquisou o complexo universo das estranhas percepções dos animais e construiu a respeito uma teoria unitária. Esse homem é Rupert Sheldrake, escritor e biólogo inglês, que explicou os resultados de sua pesquisa no livro Dogs that know their owners are coming home (Cachorros que sabem que seus donos estão chegando em casa).
Fonte: Brasil 247
1 comentários:
:h
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